Tão logo tomou conhecimento da história de uma família do vizinho município de Paraíso das Água que se emocionou com a mensagem deixada pela pequena Alice, que morreu picada por uma aranha, no dia 25 de outubro último, uma mãe de Três Lagoas procurou o Fatos Regionais para contar a, não menos emocionante, história vivida pelo seu filho, há pouco mais de três meses.
Assim como Alice, Emanuel Ribeiro Ferreira, 9 anos, causou profunda comoção em sua família, por conta de sua intimidade com o mundo espiritual. Além de mensagem escrita em sua bíblia, Emanuel registrou diversos vídeos de louvor e também com mensagens da Palavra de Deus e alertas de que não demoraria muito para deixar este mundo. Nos dias em que antecederam a sua morte, ocorrida no dia 29 de julho deste ano, ele passou a preparar sua mãe para o que haveria de ocorrer.
“Jesus preparou o meu filho e ele me preparou. Ele falou que o mundo dele não era mais aqui; que o lugar dele era no céu”, contou Bruna Ribeiro Paiva, casada com Paulo Roberto Alves Ferreira com quem tem também o filho Gustavo Ribeiro Ferreira, seu primogênito.
Evangélica, Bruna é membro da Igreja Jesus é Amor e Paz, que tem à frente o pastor Isaias e a pastora Raquel, e não tem a menor dúvida de que Deus é quem está dando forças para ela prosseguir, apesar da perda de seu caçula.
“Eu creio que Deus está me anestesiando aqui na terra para contar o testemunho de meu filho. Quando eu lembro de tudo que ele falava sobre o céu, sobre o livre arbítrio, sobre o batismo, sobre a mansão celestial e que não era mais daqui, é muito forte. Eu não desejo para nenhuma mãe passar o que estou passando. A dor da carne dói muito, mas Jesus disse: no mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”, desabafou Bruna.
Além do conforto espiritual, o que dá forças para Bruna prosseguir na caminhada é o fato de um mês após a morte de Emanuel, seu primogênito, seu esposo, sua irmã e também seu cunhado terem se convertido e decidiram se batizar nas águas. “Deus é maravilhoso e esse é o maior legado que podemos deixar na terra”, testemunha.
“Meu filho Emanuel combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé”, disse, citando 2 Timóteo 4:7-8, e completou: “Eu amo muito meu filho Emanuel, amarei até a eternidade. Sou grata a Deus por ter criado ele nos caminhos do Senhor”. Para tanto, diz que contou muito com as orações de seu pai e de sua mãe.
E Bruna faz questão de enfatizar que não idolatra o seu filho, mas que através do seu testemunho, pretende alcançar outras pessoas com a Palavra de Deus.
Questionada a cerca do seu estado de espirito atual, Bruna responde: “É um renovo a cada dia; uma misericórdia a cada manhã”.
Dedicação a Deus
Além de passar a maior parte do tempo envolvido com atividades espirituais quer seja nos cultos ou cantando louvores, Emanuel também realizou o sonho de ser bombeiro mirim, onde permaneceu por quatro meses. Sua inspiração era o sargento Miranda, que é pregador da Palavra. Inclusive, por ocasião de seu sepultamento, o garoto recebeu uma linda homenagem por parte do 5º grupamento dos bombeiros militar, do qual ele fazia parte, em Três Lagoas.
Outro sonho seu era se tornar pastor. “Igual ao pastor Isaías”, revela a mae. Aliás, ele deixou isso expresso em áudio gravado quando estava no hospital.
De acordo com Bruna, Emanuel foi curado de autismo através de oração na na igreja, e não tinha enfermidade nenhuma. “Ele era sadio”, afirma, relatando que no dia 23 de julho, uma terça-feira, ele começou a falar que o lugar dele não era mais aqui [na terra] e que iria morar com papai do céu.
“Deus me deu o discernimento do céu quando ele contou o testemunho que o inimigo falava para ele vir pra cima de mim; não era autismo, Deus libertou ele desses comportamentos do mundo espiritual”, afirma.
Antes, no dia 21, ele começou a coçar o umbigo, de onde saiu um pouquinho de água. Na terça, a coceira voltou e ela o preparou para levar no posto de saúde, porem ele se recusou, voltando a dizer que o seu lugar não era aqui. Emanuel acabou sendo internado e transferido para Campo Grande onde faleceu no dia 29, segundo atestado de óbito, por choque, edema pulmonar, sepse, pneumonia e insuficiência renal.
Bruna chegou a se comprometer: “Deus, tirar meu filho desse hospital que vou em todos os culto”. A resposta, porém, foi: Vou recolher ele para mim, para quando crescer não se perder. “Eu senti uma mão no meu coração, me dando uma paz e eu, com muito dor, falei: Senhor, cumpra a sua vontade não cumpra a minha e. Nem do meu esposo”, e completa: “A vontade de Deus é boa, perfeita agradável”.