Arielly e Allany, gêmeas siamesas que dividiam apenas um coração, não resistiram e morreram duas horas após o parto complicado, em Campo Grande. A mãe das meninas, Luciana Sentene, tenta processar o luto e as poucas horas que pode sentir as filhas nos braços.
Prematuras, as gêmeas siamesas nasceram no dia 15 de fevereiro. Cerca de duas horas após uma cesárea complicada, as meninas não resistiram e morreram no Hospital Universitário de Campo Grande.
As meninas nasceram com 7 meses e juntas pesavam 2,7 kg. Arielly e Allany morreram juntas, unidas ao coração, assim como conviveram no útero da mãe. As meninas eram ligadas pelo tórax e dividiam apenas um cordão umbilical e um coração.
Descoberta da gravidez de risco
Ao longo de toda a gestação, a balconista Luciana Sentene dividiu os sentimentos de alegria e angústia. Ela tratava um cisto no ovário quando descobriu que estava grávida das gêmeas. No primeiro ultrassom, o médico identificou dois fetos, mas apenas o batimento de um coração.
“Comecei meu pré-natal como qualquer mãe. Fui no postinho normal. Através dos primeiros exames de ultrassom no posto da minha cidade. Neste momento vimos algo diferente, eram dois bebês gêmeos, mas não aparecia dois batimentos. Depois procuramos um ultrassom mais detalhado, só neste momento que vimos que era algo diferente, raro”, detalha Luciana.
Depois da notícia, Luciane saiu de Rio Verde rumo a Campo Grande. O percurso de mais de 200 km é feito quase todos os meses para receber acompanhamento médico especializado na Santa Casa da capital.
“Confesso, estou assustada. O caso é raro, minhas filhas estão unidas pelo tórax, têm apenas um coração e se alimentam por um só cordão umbilical. Os outros órgãos são perfeitos, não há problemas. Cada uma tem seu órgão e membros únicos, apenas o coração que é dividido”.
Como a gravidez foi de alto risco, as idas ao médico foram frequentes.
g1-MS